A igualdade de tratamento entre homens e mulheres no ambiente profissional é uma prática fundamental para a construção de uma sociedade justa.

Embora a legislação brasileira ofereça diversas garantias nesse sentido, ainda persistem desafios que impedem o tratamento igualitário nas relações laborais. Para superar os preconceitos, é preciso questioná-los e garantir que os direitos estabelecidos sejam, de fato, respeitados.

A Constituição Federal de 1988 afirma a igualdade entre homens e mulheres. O artigo 5º, inciso I, dispõe que "homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações", enquanto o artigo 7º, inciso XXX proíbe a diferença de salários, funções e critérios de admissão com base em sexo, idade, cor ou estado civil. Esses dispositivos buscam assegurar que, legalmente, todos recebam as mesmas oportunidades e tratamento.

Além da Constituição, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que regula o trabalho no Brasil, possui normas específicas para garantir a igualdade de gênero, inclusive um capítulo para proteção do trabalho da mulher.

O artigo 373-A da CLT impede práticas discriminatórias contra as mulheres, como a exigência de aparência física ou perguntas sobre intenção de engravidar durante processos seletivos. Do mesmo modo, o artigo 461 da CLT dispõe sobre a igualdade salarial para trabalhos de igual valor, independentemente do gênero.

Também é importante destacar a Lei nº 9.029/1995, que proíbe a exigência de atestado de gravidez ou esterilização como condição para a contratação de mulheres. Essa lei é fundamental para assegurar que a candidata não sofra discriminação por fatores biológicos ou escolhas pessoais. Em muitas empresas, essa proteção é um marco na garantia de um ambiente de trabalho justo, já que se desrespeitado, permitirá a vítima pleitear reparação por danos morais.

As Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAs) podem desempenhar papel estratégico no combate ao assédio moral e sexual no trabalho. Ao promover campanhas educativas e criar canais seguros de denúncia, as CIPAs reforçam o compromisso das empresas com o respeito e a segurança de seus colaboradores. Essas ações, além de atenderem às normas trabalhistas, fortalecem a cultura organizacional e reduzem riscos legais, contribuindo para um ambiente mais saudável e inclusivo.

Por fim, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), da ONU, também merece destaque, já que a Justiça do Trabalho, frequentemente, se inspira em normas internacionais para suas decisões. Como signatário, o Brasil compromete-se a adotar medidas para eliminar a discriminação contra mulheres em todas as esferas, inclusive no trabalho. Esse compromisso internacional reafirma a importância de políticas de igualdade e abre caminhos para ações afirmativas e programas internos que valorizem o talento feminino.

Como se vê, a igualdade de tratamento entre homens e mulheres no ambiente de trabalho é mais que uma questão de justiça, é um compromisso legal e social e demonstra o avanço em direção a uma sociedade mais moderna e inclusiva.

Portanto, consultar um advogado especializado em Direito do Trabalho pode ser um diferencial para garantir o cumprimento da legislação e promover um ambiente de trabalho mais inclusivo.


Luiz Gustavo Jacob

Estagiário